O mercado das boxes para se poder ver televisão em alta definição e poder ter acesso a todos os conteúdos como videoclube, epg, etc, só demonstra que neste aspecto ainda há muito caminho a fazer.
Entretanto quem vai lucrando com o assunto são as fornecedoras do serviço, que vão recebendo a mensalidade pelo aluguer de cada box.
Mas se o problema fosse só esse (o que já não é pouco)... além do consumo energético adicional, falta de uniformização na informação de modo a que o utilizador possa, recorrendo ao software do seu agrado, personalizar o serviço ao seu gosto (incluindo do ponto de vista estético), há ainda a limitação de que apenas se pode ter em princípio três boxes em casa.
Ora, se não se pode propriamente dizer que é insuficiente para a larga maioria da população, a verdade é que o cabo coaxial e mesmo as velhinhas antenas (e as novas para a TV digital também) em cima do telhado nos permitem ter as televisões que quisermos em casa, e, como todos sabemos, há sempre pessoas com mais de 3 televisões em casa e que gostariam de poder ter alta definição. Além do que aceitar as coisas como estão para além do temporário era andar para trás. E se o desejo/necessidade não é imediata, dentro de alguns ano vai sê-lo, tendo em conta a transição para a alta definição que está a ocorrer.
Dai fazer todo o sentido existir um standard que nos confira todas as funcionalidades associadas à distribuição digital de conteúdos.
Nos Estados Unidos, depois de uma iniciativa falhada (ver aqui), estudam-se agora formas de dinamizar e resolver este problema recorrendo a uma placa, instalável em diversos equipamentos como Media Centers, TV's, PVR's, que uniformize o mercado no acesso às funcionalidades e conteúdos, relegando para segundo plano a importância das boxes.
Mas no fundo o que vai acontecer é que, dentro em breve, os televisores irão conter em si um processador semelhante ao dos netbooks e conferir a mairoria das possibilidades de um computador inserido na sala de esta. Quem quiser usar um Media Center ligado à TV, pois também o poderá fazer, com toda a comodidade e acréscimo de funcionalidade e desempenho que isso trará.
A Meo, por exemplo, já tem um serviço de televisão disponível através da internet. No fundo o meio de transmissão é exactamente o mesmo - a fibra óptica, portanto acaba por ser uma forma de simplificar as coisas, deitando a necessidade da box para o lixo e abrindo a possibildiade de vermos televisão onde quer que estejamos a utilizar o computador, mesmo que seja no portátil em cim da cama, da mesa da cozinha ou no sofá, atavés da ligação wireless.
O único entrave será mesmo técnica - e quando digo técnica não me refiro à complexidade da tecnologia, porque essa é simples, mas antes à melhor forma de proteger o serviço contra a pirataria. Se o serviço for fornecido através de uma ligação à internet, torna-se potencialmente mais fácil de ludibriar o sistema. Talvez isso justifique a existência de um chip ou uma placa que se possa instalar, ainda assim, em qualquer equipamento, de modo a providenciar mais liberdade do que aquela que temos agora, que é a de termos de ter uma box para aceder ao serviço de telvisão e correlacionados.
E nesse sentido, em vez de tomadas para cabos coaxiais, as casas deviam a partir de agora vir equipadas com tomadas de rede, porque a partir daí as possibilidades são imensas. Uma instalação bem feita, com cabo coaxial de categoria 6, numa casa que não seja do tamanho de um palácio, fica preparada para a próxima década - velocidades de 10 gigabits em toda a casa. Para quem não está familiarizado com as velocidades, agora ainda estamos na era dos megabits - o ADSL chega até aos 24 megabits (embora a Alcatel Lucent tenha anunciado ontem que desenvolveu uma tecnologia que permitirá 100 ou mesmo 300 megabits atraveés do fio de cobre do telefone), o cabo coaxial chega aos 400 megabits, e a fibra óptica chega, por enquanto, a 1 gigabit, ou seja, 1.000 megabits.
Convém porém dizer que as velocidades actuais que fazem sentido do ponto de vista do consumidor andam pelos 20 ou 50 megabits. Tudo o mais é exagero porque os servidores que estão do outro lado - especialmente aqueles onde estão alojados os sites que consultamos, não têm largura de banda para nos fornecer a informação que lá têm à velocidade que nós temos. E mesmo que se tenha muitos PC's ligado à net em casa para que toda a família esteja ligada, ainda assim, se se considerar uma média de 4 computadores em casa (é o número de portas que os routers fornecidos pelas operadoras têm, embora se possa multiplicar esse número ligando mais routers), ainda assim, com uma ligação de 20, cada PC fica com 5 megabits, e se a ligação for de 50 megabits, cada PC fica com 12,5 megabits. E isto é se todos estiverem ao mesmo tempo a puxar pela respectiva ligação a 100%. Por enquanto estas velocidades são mais do que suficientes para todos terem uma experiência agradável.
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